Muitas vezes, o diagnóstico de uma doença reumática cai como uma verdadeira bomba para o paciente. “Saber-se portador de uma doença reumática ou autoimune pode trazer consigo uma sensação de fragilidade e desamparo”, afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti.
É compreensível que o ser humano se sinta inconformado com as limitações impostas pelas doenças crônicas. Isso ocorre não apenas com as doenças reumáticas, mas também com o diabetes, obesidade mórbida e hipertensão arterial, entre outras.
O especialista reconhece que há um estágio inicial, após o diagnóstico, em que as pessoas até tentam seguir as orientações médicas, mas com o passar do tempo, o ânimo inicial cede lugar para o desestímulo.
A dieta tão importante para o tratamento eficaz, já não é seguida à risca, o uso comedido do álcool sucumbe ao abuso. As práticas de atividade física e a suspensão do tabagismo parecem muito difíceis de serem programadas. “Ocorre uma rebeldia ou uma total negligência às recomendações médicas, que são facilitadores do tratamento”, resume o médico.
Após o diagnóstico desse tipo de doença, por mais que se sofra, é preciso ser realista. A vida não poderá mais ser como antes, para uma boa parte dos seus portadores.
Para o médico, no entanto, ela pode até ser melhor do que antes, se o paciente tiver maturidade e estiver engajado no próprio tratamento. Nesse momento, é muito importante que possa contar com um reumatologista a fim de receber esclarecimento sobre a doença e seus cuidados, de forma que entenda a necessidade em aderir ao tratamento de maneira efetiva.
A praga do sedentarismo
Conciliar uma rotina saudável nos tempos modernos não é tarefa para qualquer pessoa. Após um dia de trabalho árduo, tudo o que quer é chegar em casa e descansar. No entanto, se o descanso é importante para combater o estresse diário, manter uma atividade física também é.
Ainda mais quando se recebe o diagnóstico de uma doença reumática, como artrite, artrose, fibromialgia, lombalgia crônica, entre outras. O sedentarismo é um comportamento induzido por hábitos decorrentes dos confortos da vida moderna.
Com a evolução da tecnologia e a tendência cada vez maior de substituição das atividades físicas por facilidades automatizadas, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço, reduzindo assim o consumo energético do corpo.
“O exercício físico é uma peça chave no tratamento dos pacientes reumáticos, pois o sedentarismo agrava o quadro das doenças reumáticas”, observa Sérgio Lanzotti.
A prática de atividades físicas – além de proporcionar prazer e relaxamento – contribui para o emagrecimento, reduz a dor e a rigidez nas articulações e aumenta a flexibilidade, força muscular, saúde do coração e a resistência.
Atividade física
Um dos grandes benefícios da atividade física é o estímulo à produção de endorfinas, aumentando a sensação de bem-estar. As endorfinas também funcionam como analgésico, proporcionando alívio da dor no organismo.
“A produção de endorfinas é fator muito importante para os pacientes reumáticos, que apresentam propensão a desenvolver quadros de depressão e ansiedade”, explica o reumatologista.
Os exercícios físicos mais recomendados para os pacientes reumáticos são do tipo aeróbico ou dinâmico, como caminhar, correr, nadar e andar de bicicleta. No entanto, a prática de exercícios físicos deve ser supervisionada e não deve ser iniciada antes da avaliação do médico que acompanha o paciente.
O reumatologista poderá indicar a necessidade da prática de atividade física por doentes com acometimento articular de membros ou coluna vertebral. Mesmo seguindo dietas bem planejadas, utilizando medicamentos de última geração e encontrando pacientes motivados, muitas vezes, a obesidade crônica passa consegue minar a resistência e a confiança dos pacientes.
De acordo com os dados do último Censo, o Brasil, seguido de outros países emergentes, vem liderando o ritmo de crescimento dos índices de sobrepeso e obesidade. Por aqui, cerca de 50% dos adultos e 30% das crianças e adolescentes encontram-se acima do peso normal.
A importância da vitamina D
Apesar de viver em um ensolarado país tropical, os brasileiros apresentam níveis muito baixos de vitamina D no organismo. “Este é outro fator de risco para doenças reumáticas relacionado ao estilo de vida moderno”, observa Lanzotti.
Apesar de viver em um ensolarado país tropical, os brasileiros apresentam níveis muito baixos de vitamina D no organismo. “Este é outro fator de risco para doenças reumáticas relacionado ao estilo de vida moderno”, observa Lanzotti.
A prática de atividades físicas passou a ser em locais cobertos. O lazer também acontece dentro de recintos fechados, como o shopping. “Assim, fica difícil garantir a exposição solar diária recomendada”, alerta o reumatologista.
O medo das doenças de pele, especialmente do câncer, também tem impacto sobre o hábito tão atual de se evitar o sol. “A falta de vitamina D no organismo é uma consequência direta dessa baixíssima exposição à luz solar. Sem ela, o micronutriente não é sintetizado pelo organismo”, explica o especialista.
Nossa dieta é relativamente pobre em vitamina D e dependemos muito da luz solar para garantir estoques adequados desta vitamina no organismo. Daí a importância da suplementação para as pessoas na terceira idade.
A ação mais conhecidas da vitamina D ocorre no sentido de promover a mineralização óssea. Somente através dela é que conseguimos absorver o cálcio dos alimentos que ingerimos e o depositamos eficientemente nos ossos. Esse efeito garante o crescimento das crianças e dos adolescentes e ossos fortes e ricos em cálcio em todas as idades.
SAIBA MAIS:
Osteoporose e Exercício Físico: http://professorvitor.blogspot.com/2011/10/osteoporose-e-exercicio-fisico.html
Vitamina D: Uma nova epidemia? http://professorvitor.blogspot.com/2011/10/vitamina-d-uma-nova-epidemia.html
Dores Musculares na Fibromialgia: http://professorvitor.blogspot.com/2011/09/dores-musculares-na-fibromialgia.html