Acho importante destacar que há uma diferença relevante entre exercício e atividade física. Enquanto a atividade física refere-se a qualquer forma de movimento que resulte em gasto energético e esforço físico, o exercício é um modo repetitivo, estruturado e programado de realizar atividade física. Por exemplo, atividade física pode ser varrer o quintal, andar pelo supermercado. Já o exercício é a nossa corrida, fazer abdominais, alongamento e assim por diante.
É preciso frisar esta diferença pelo seguinte motivo: algumas pesquisas têm indicado que, mesmo em pessoas que praticam exercícios físicos com freqüência igual ou superior a três vezes por semana, estamos nos movimentando pouco. Espera aí! Como pode uma pessoa que corre 10km por dia movimentar-se pouco? Em geral, os corredores presumem que, já que estão correndo quilômetros e quilômetros semanalmente, não necessitam realizar outros movimentos durante o resto do tempo. E não é bem assim. De novo pesquisas demonstram que uma pessoa acostumada a fazer exercícios de forma muito prolongada e/ou intensa normalmente fica muito cansada para realizar outras atividades físicas durante o dia, como as tarefas domésticas, passeios ou até mesmo brincar com os filhos.
Assim, temos o paradoxo do exercício: mais exercício, menos movimento. Se pararmos para pensar, não é tão contraditório assim. Quem corre acha que já está cuidando do corpo. Só que não é tão simples. O corpo é uma máquina que necessita desempenhar movimentos em diversos planos, com inúmeras articulações e várias vezes ao dia. Aliás, muitas lesões acontecem pela repetição dos movimentos.
No entanto, há alternativas para praticarmos mais atividade física durante o dia. Dançar enquanto escutamos música (mesmo que seja por 3 minutos), brincarmos com o cachorro ou com crianças (rolar, pular, dar cambalhotas), fazer mais trabalhos manuais, escrever à mão (quem ainda faz isso?), etc. Enfim, precisamos, em termos de movimentos, retroceder, voltar no tempo, fazer as coisas simples que as crianças fazem. A tecnologia ainda não inventou uma esteira que nos obrigue a dar uma cambalhota a cada quilômetro. Infelizmente...
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