quarta-feira, novembro 30, 2011

Congresso Internacional de Educação Física aprova artigos científicos com escolares de Arapiraca

Quatro artigos elaborados pelo grupo de pesquisa do Laboratório de Cineantropometria, Atividade Física e Promoção da Saúde da Universidade Federal de Alagoas, campus Arapiraca (LACAPS/UFAL), foram aprovados para apresentação oral no 27º Congresso Internacional de Educação Física que será realizado durante os dias 14 a 18 de janeiro de 2012 em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Tais trabalhos foram resultados das pesquisas decorrentes com os escolares do município de Arapiraca que vem sendo realizadas desde o começo de 2010 em ação conjunta com as Secretarias de Educação e Saúde, sob coordenação do professor Dr. Arnaldo Tenório da Cunha Júnior. Foram realizadas reuniões junto aos diretores das escolas municipais participantes da pesquisa com o objetivo de desenvolver ações de educação para a saúde. Além das coletas de dados, foram realizadas palestras informativas com os escolares envolvidos na pesquisa acerca dos temas envolvendo a promoção da saúde e prevenção de doenças.

Os artigos serão publicados na Revista Internacional da FIEP - The FIEP BULLETIN, indexado pela CAPES como B4 na área de Educação Física. O periódico é publicado desde 1931, com ISSN 0256-6419, e os trabalhos serão impressos no volume 82 - Edição Especial - Artigos, do ano de 2012.

Seguem abaixo os trabalhos aprovados:

CARACTERÍSTICAS ANTROPOMÉTRICAS DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ARAPIRACA-AL autoria de VITOR FABIANO DOS SANTOS SILVA, CASSIO HARTMANN e ARNALDO TENÓRIO DA CUNHA JÚNIOR. (link)

AVALIAÇÃO ESTATURAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA–AL, autoria de RAFAEL ANTÔNIO DA SILVA, WILMA DO NASCIMENTO SILVA, CLEITHON ROVER, LEONARDO GOMES DE OLIVEIRA LUZ e ARNALDO TENÓRIO DA CUNHA JÚNIOR. (link)

NÍVEIS DE SOBREPESO E OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO DE ARAPIRACA-AL, autoria de LUIS CARLOS BARBOSA SILVA, VITOR FABIANO SANTOS SILVA, CASSIO HARTMANN e ARNALDO TENÓRIO DA CUNHA JÚNIOR. (link)

AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL DE ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA-AL, autoria de KARINNE OLIVEIRA COELHO, CASSIO HARTMANN e ARNALDO TENÓRIO DA CUNHA JÚNIOR. (link)


SAIBA MAIS:

EDUCAÇÃO APRESENTA RESULTADO DE PESQUISA:

ARAPIRACA É PIONEIRA NA AVALIAÇÃO FÍSICA DE ESCOLARES

terça-feira, novembro 29, 2011

Estudo mostra dificuldades de manter o peso após perdê-lo

Um estudo, publicado pela revista The New England Journal of Medicine, tentou desvendar um mistério que sempre incomodou endocrinologistas: por que é tão difícil perder peso e mantê-lo. Os resultados dividiram os especialistas.


Durante anos, os estudos de obesidade revelaram que pouco depois de pessoas gordas perderem peso, seu metabolismo desacelerava e elas experimentavam mudanças hormonais que aumentavam seu apetite. Alguns pesquisadores acreditavam que essas mudanças biológicas podiam explicar por que a maioria dos obesos que faziam dietas recuperava boa parte do que havia perdido com tanto esforço.
Agora, porém, um grupo de pesquisadores australianos tentou ver se as alterações persistem a longo prazo. Eles recrutaram pessoas que ou estavam acima do peso ou eram obesas e as colocaram numa dieta altamente restritiva que as fez perder pelo menos 10% de seu peso corporal. Eles as mantiveram, então, numa dieta para conservar essa perda de peso. Um ano depois, os pesquisadores descobriram que o metabolismo e os níveis hormonais dos participantes não tinham voltado aos níveis de antes.
O levantamento é pequeno, mas confirma as convicções sobre por que é tão difícil perder peso e mantê-lo, dizem pesquisadores que não estiveram envolvidos no estudo.
Eles advertiram que o estudo envolveu somente 50 participantes, e 16 deles abandonaram ou não perderam os requeridos 10% de peso corporal. E embora os hormônios estudados tenham uma conexão lógica com o ganho de peso, os pesquisadores não mostraram que os hormônios estavam fazendo os participantes recuperarem seu peso.
No entanto, disse Rudolph Leibel, um pesquisador da obesidade da Universidade Columbia, embora não surpreenda que os níveis hormonais se alteraram pouco depois de os participantes perderem peso, o “impressionante é que essas mudanças não desaparecem”.
Stephen Bloom, um pesquisador de obesidade no Hammersmith Hospital em Londres, disse que o estudo teria de ser repetido sob condições mais rigorosas, mas acrescentou: “Ele está mostrando algo no qual acredito profundamente - é muito difícil perder peso”. E a razão, prosseguiu, é que “nossos hormônios trabalham contra nós”.

Apetite. No estudo, Joseph Proietto e seus colegas da Universidade de Melbourne recrutaram pessoas que pesavam, em média, 95 quilos. No começo da pesquisa, sua equipe mediu os níveis hormonais dos participantes e avaliou sua fome e apetite depois que eles comiam um ovo cozido, torrada, margarina, suco de laranja e biscoitos no café da manhã. Os fazedores da dieta passaram em seguida dez semanas num regime de pouquíssimas calorias, 500 a 550 por dia, para fazê-los perder 10% de seu peso corporal. Aliás, o peso caiu, em média, 14%, ou cerca de 13 quilos. Como era esperado, seus níveis hormonais se alteraram de uma maneira que aumentou o apetite e, de fato, eles ficavam mais famintos do que quando começaram o estudo.
Eles receberam dietas cuja intenção era manter sua perda de peso. Um ano depois que os participantes haviam perdido o peso, os pesquisadores repetiram suas medições. Eles foram recuperando o peso, apesar da dieta de manutenção - recuperando, em média, metade do que haviam perdido - e os níveis hormonais ofereciam uma possível explicação.
A quantidade de um hormônio, a leptina, que diz ao cérebro quanta gordura corporal está presente, caiu dois terços imediatamente depois de os sujeitos perderem peso. Quando o nível de leptina cai, o apetite aumenta e o metabolismo desacelera. Um ano após a dieta de perda de peso, os níveis de leptina ainda estavam um terço mais baixos do que no início do estudo, e aumentaram à medida que os participantes recuperavam seu peso.
“Um enorme esforço para persuadir o público a alterar seus hábitos simplesmente não evitou nem curou a obesidade”, conclui Liebel. “Condenar o público por seu hedonismo incontrolável e a indústria alimentar por suas iniquidades não parece estar fazendo a maré virar.”
Drogas para gordos que perderam peso pode ser opção
Para Rudolph Leibel, da Universidade Columbia, os resultados mostram que a perda de peso “não é um evento neutro” – o que explica por que mais de 90% das pessoas que perdem muito peso o recuperam. “Ela está colocando seu corpo numa circunstância a que ele resistirá”, diz. “Ou seja, ela é mais metabolicamente normal quando está com um peso corporal mais alto.” Uma solução poderia ser restaurar os níveis normais dos hormônios dando drogas após os gordos perderem peso. Jules Hirsch, da Universidade Rockefeller, é sincero; “Talvez a gente não conheça o suficiente para prescrever soluções”.

Cinco capitais se destacam na promoção de atividade física


Cinco capitais que estimulam a prática de atividade física foram homenageadas pelo Ministério da Saúde. Aracaju, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Vitória inspiraram o programa Academias da Saúde, lançado em abril.

Uma das iniciativas mais antigas é a de Vitória (ES), que começou em 1991 e já conta com cerca de 24 mil pessoas praticando atividades físicas regulares. “Estruturamos módulos de atividade física que se espalharam pela cidade. Hoje, todas as regiões de Vitória têm um módulo. E isso cresceu para além das atividades. Nas unidades de saúde temos atividades com grupos de mulheres, de gestantes, de hipertensos, de diabéticos”, explicou o secretário de Saúde da capital capixaba, Luiz Carlos Reblim.

A secretaria também promove atividades específicas para idosos. Há na cidade 20 academias para esta faixa etária e, até o início de 2012, esse número deve chegar a 50. Nesses lugares, os idosos fazem exercícios, musculação, caminhadas, hidroginástica e ginástica localizada.

Em Recife, a professora de educação física Raquel Bezerra disse que, além das atividades físicas, as pessoas recebem informações sobre nutrição e práticas de lazer. “Temos pessoas idosas, adultos, jovens, adolescentes, crianças. Também há pessoas com hipertensão, diabetes, osteoporose”, disse a professora. Na capital pernambucana, cerca de 70 pessoas são atendidas por dia pelo programa de estímulo da prática de exercícios.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a meta do governo federal é ter 4 mil polos das Academias da Saúde até 2014. Dois mil projetos já foram selecionados e vão receber R$ 180 mil para compra de equipamentos e 36 mil reais por mês para custeio.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Previna-se contra o Diabetes

Estima-se que haja, pelo menos, 300 milhões de pessoas com diabetes em todo o mundo. No Brasil, são cerca de 11 milhões de portadores, segundo dados do Ministério da Saúde e de sociedades médicas.

No Dia Mundial do Diabetes, lembrado nesta segunda-feira (14), o foco da campanha global, pelo terceiro ano seguido, é orientar a população para prevenir a doença, que mata uma pessoa a cada dez segundos no mundo - conforme estatística da Federação Internacional de Diabetes, ligada à OMS (Organização Mundial da Saúde).

O desconhecimento sobre o que é a doença, os sintomas e o tratamento têm sido obstáculos para conter essa epidemia global. A própria federação internacional estima que metade das pessoas não sabe que tem diabetes.

Apesar de muitos brasileiros ter um parente ou amigo com a doença, parte deles não sabe como evitá-la, diz o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Walter Minicucci: "– Muitos têm contato, mas não conseguem ajudar a pessoa próxima [com a doença]. E ficam incapazes de prevenir nelas mesmas."

O diabetes tipo 2, que atinge mais pessoas, ocorre quando há aumento da taxa de açúcar (glicose) no sangue. Os sinais mais comuns são a sede excessiva, a perda de peso, a fome exagerada, a vontade de urinar muitas vezes, a difícil cicatrização de feridas, a visão embaçada, o cansaço e infecções frequentes.

Alguns dos fatores de risco são a obesidade, o sedentarismo e o histórico familiar com casos da doença. Quando o diabetes não é tratado, aumenta o risco de o paciente ter um ataque cardíaco, ficar cego ou sofrer amputação de uma perna.

A prática de exercícios físicos e a alimentação equilibrada ajudam a evitar o diabetes.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Orlando Silva: "VIVI UM TSUNAMI POLÍTICO"


Carta de Orlando Silva Jr. a Jorge Bastos Moreno:

"Vivi um tsunami político, mas continuei observando o comportamento de instituições e personalidades. Alguns se distinguiram com a coragem de não aderir pura e simplesmente a uma onda. Encontrar solidariedade em quem me conhece seria natural, o que surpreendeu foram posições de alguns intelectuais, artistas, atletas, gente simples do povo e até de parlamentares de oposição .

Entre jornalistas não foi diferente. Houve quem sugerisse apurar fatos, valorizar o contraditório e não tratar denuncia como prova. A maneira isenta como você se posicionou nesse processo, com as responsabilidades que você possui, me faz lhe dirigir essa carta. E vou tentar fazê-la chegar a outras pessoas e profissionais. Ela é dirigida a você e a muitos outros.

Como disse, nas últimas semanas, vivi um pesadelo. Tudo começou com a reportagem numa revista semanal que eu imaginava ser apenas mais um ataque político, o que, infelizmente, é rotina em nosso País. Eu estava a caminho de Guadalajara, México, para representar o governo na abertura dos Jogos Panamericanos, onde o Brasil tinha a maior delegação da história numa competição internacional e que contou com grande o apoio do Ministério do Esporte.

Fiquei perplexo com a informação de que a tal revista iria publicar uma acusação de que eu teria recebido dinheiro indevidamente. Era sexta-feira à noite e a publicação sairia no sábado.

Estou acostumado com luta política, com crítica, divergência ideológica, ataques à gestão, antipatia pessoal, insatisfação com estilo...tudo isso eu sempre compreendi. Mas, mentir!? Inventar uma história para atacar a honra de uma pessoa e de um Partido!? Imaginava que luta política tivesse limites, afinal, até na guerra há limites. Estava enganado. A partir de uma farsa, foi organizada uma verdadeira campanha para me derrubar.

Observem: uma revista fez uma reportagem, com direito a chamada na capa, com base em fatos que simplesmente não existiram. Ultrapassamos o limite do absurdo!

E quem eram os porta-vozes das mentiras? Dois personagens da crônica policial de Brasília. Gente que está sendo processada por iniciativas do Ministério que eu dirigia, e de quem exigimos a devolução de dinheiro publico desviado.

Insisto, veja o absurdo: um sujeito foi flagrado desviando dinheiro público...eu determino que seja feita uma investigação...ao final determino que o dinheiro público seja devolvido...o ladrão inventa uma história...uma revista publica a farsa, sem existir nenhuma prova... os meios de comunicação reproduzem a história sem provas e pronto! A mentira ganha ares de "verdade". E começa a campanha "derruba-ministro".

Neguei a acusação, com veemência. Desde o primeiro momento, afirmei não haver provas, porque simplesmente se tratava de uma  mentira. Nunca ocorreu o fato relatado pelos bandidos. Os dias passavam, eu reafirmava que se tratava de uma farsa, e, pasmo, acompanhava a maioria dos meios de comunicação endossando a versão dos bandidos, como se fosse dispensável provar o absurdo que diziam. Bastava acusar.

Passado praticamente um mês eu reafirmo minha primeira manifestação: não houve, não há e não haverá provas, porque a denuncia contra mim não passa de fantasia.

A trama montada serviu para atrair o interesse da população, que olha a política com desconfiança. Mas seria necessário outro passo. Seria necessária "uma prova" para desestabilizar minha liderança no Ministério do Esporte. Uma cruzada foi estabelecida por jornalistas que estavam em busca da tal "prova" ou, como alguns gostam de dizer, da "bala de prata" para derrubar o Ministro.

Eu poderia comentar cada uma das centenas de matérias publicadas nas ultimas semanas. Todos os contratos e convênios do Ministério foram revirados. Tudo foi investigado. Diariamente, dezenas de perguntas chegavam das redações da imprensa e nossa assessoria tinha prazos mínimos para responder. E o que é pior, pouco interessavam as nossas respostas, elas eram ignoradas. As matérias já estavam prontas.

Na gestão pública, assim como na gestão de qualquer instituição ou mesmo na vida privada, erros podem ser cometidos. Ninguém está imune a eles. O desafio é identificá-los e corrigi-los. Se observarmos minha trajetória e a de minha equipe à frente do Ministério do Esporte, por cinco anos, veremos muitas conquistas. Mas houve erros e atuamos para saná-los. Cumprimos sempre nossa obrigação.

O foco da trama se voltou para convênios com Organizações Não-Governamentais, as chamadas ONG's. Vale dizer que existem ONG's e ONG's, assim como existem governos e governos. Alguns são mais competentes, outros trabalham de forma mais correta. Quem tem má intenção, nunca chega anunciando: "olha...estou mal intencionado...meus objetivos são sórdidos!" Daí a necessidade de acompanhar, fiscalizar o cumprimento do que foi estabelecido. É o que fazíamos.

Quem se baseou apenas no noticiário, deve imaginar, por exemplo, que o programa Segundo Tempo ocorre apenas em parceria com ONG's. Mas, pasmem, no dia que sai do governo, mais de 90% do Segundo Tempo era fruto de parceria com entes públicos. E quem puder ler os relatórios das auditorias feitas, constatará a evolução ano a ano deste Programa.

Outra coisa inacreditável. As reportagens omitiam algo fundamental: o Ministério do Esporte aumentou a fiscalização, o que permitiu identificar erros e tomar as devidas providências administrativas. Deram ares de escândalo ao trabalho de acompanhamento e fiscalização que realizávamos. Isso serviu para criar instabilidade política e atacar meu trabalho na Pasta.

Nenhuma prova demonstra benefício ao PCdoB por meio dessas entidades. Mas a acusação tem objetivo político, atacar um Partido que tem 90 anos de história e é limpo. Insisto: divergências políticas e ideológicas fazem parte do jogo, mas acusações falsas...ameaçam a democracia.

Na ausência de provas, o que fazer? A saída foi inventar algo que parecesse razoável: a filiação partidária de alguns gestores públicos. De repente, ser filiado a um partido, no caso ao PCdoB, virou "prova de crime". Se o Ministro é do PCdoB, não se pode admitir que um secretário da área seja também. O mesmo vale para entidades. Não se admite que qualquer filiado ao Partido participe de entidade. Isso não é democrático. Os partidos políticos são livres e as pessoas têm direito de se organizar como lhes convier. Quem nomeia secretario é prefeito e governador legitimamente eleito.

Os principais meios de comunicação e muitos jornalistas se comportaram como uma manada. É como ataque especulativo na bolsa de valores. O objetivo: desestabilizar e derrubar o Ministro. E isso foi conseguido. A receita é assim. Primeiro, cria-se um ambiente de escândalo, para comover a opinião pública. Segundo, ataca-se a gestão – de que forma? Ignorando tudo de positivo feito, apontando qualquer erro e superdimensionando-o para desmoralizar o trabalho realizado. Terceiro, pressiona-se o governo, utilizando todas as ferramentas da política, inclusive contradições internas, para alcançar o objetivo.

E se ainda não for o bastante para atingir o que se pretende, lança-se mão de uma reserva no arsenal de guerra contra a honra alheia: ataques à família.

Aqui tivemos um capítulo à parte. Comprar um terreno de R$370 mil, único bem que possuo, com cheque registrado em escritura e construir uma casa de 110 metros quadrados, virou escândalo. Não interessa que numa família as pessoas tenham suas atividades profissionais e suas relações. No afã de alcançar seus objetivos, para alguns vale tudo, até golpes baixos. Poderia dar outros exemplos, mas fico por aqui. O que eles queriam era me desestabilizar emocionalmente e me fazer jogar a toalha.

Durante todo o processo procurei manter a serenidade, não perder a razão, apesar de ataques tão baixos.

Ofereci a abertura de minha vida: sigilos fiscal, bancário, telefônico e de correspondência. Desmontei a farsa contra mim na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Propus a apuração dos fatos publicados pela Comissão de Ética Publica, pelo Ministério Publico e pela Polícia Federal. Foi minha a iniciativa e tentaram inverter a ordem, como se eu tentasse encobrir algo.

Hoje, inauguramos no Brasil uma Inquisição moderna, não interessa a análise racional de processos. O editorial de um jornalão paulista foi ao âmago da questão: "não importam as provas, não importa o processo, a acusação basta". É uma versão atual da famosa frase "às favas com os escrúpulos". O mau jornalismo pode instituir verdadeiros tribunais de exceção, que realizam julgamentos sumários.

Houve tempo em que nossos companheiros eram perseguidos, presos, torturados e até assassinados. Hoje, o método utilizado é a execração pública, o linchamento político, o apedrejamento moral sem que se dê direito de defesa. E, depois, a mídia age como se nada tivesse acontecido, e passa a buscar uma nova presa. Nesses dias, não saiu do meu pensamento episódios como o de Ibsen Pinheiro e da Escola Base.

Ao fim do processo, depois de uma conversa com a Presidenta da Republica, saí do governo.

Percebi interesses contrariados operando nas sombras. Triste, percebi gente de comunicação ser instrumentalizada e dar pouca relevância a fatos e informações. Não se pretendia esclarecer nada, apenas disputar como numa gincana, quem chega ao objetivo primeiro. A quem seria atribuída a queda de um ministro. Como na canção “Faroeste Caboclo”, a “via-crucis virou circo e eu estava ali”.

Talvez eu tenha incomodado interesses políticos e econômicos. Fui pedra no sapato de alguns. Fui vítima da luta política.

A realidade é que saí do governo de cabeça erguida. Pela porta da frente, apesar do massacre vivido. Em minha ultima manifestação, no Palácio do Planalto, disse, olhando nos olhos da Presidenta da República: sou inocente!

Num tempo de inversão de valores, tenho eu que provar minha inocência. E assim o farei.

Serei sempre grato ao carinho e a confiança que recebi de milhares de pessoas, algumas bem próximas, outras que sequer conhecia. É incrível a quantidade de pessoas que se aproximam de mim e diz: acredito em você! A todos, reafirmo: não traí e nunca trairei a confiança de cada um de vocês.

Serei sempre grato ao carinho e dedicação de minha equipe no Ministério do Esporte e de meus companheiros de governo.

Sigo lutando pelos meus ideais. Acredito no Brasil. Volto para São Paulo, para a mesma casa que meus amigos conhecem. Volto para a militância política por um País cada dia mais justo e democrático. Isso é o que me dá felicidade. E é muito bom estar mais perto dos amigos e dos companheiros. E de lá retomo minha trajetória política. A verdade vencerá!

Orlando Silva

Brasília, novembro de 2011"

sexta-feira, novembro 04, 2011

O VERDADEIRO LEGADO DE ORLANDO SILVA NO ESPORTE

O caminho que Orlando Silva escolheu, vem surpreendendo a mídia esportiva e os meios de comunicação. Prova maior foi tal apoio que recebeu da presidenta Dilma Roussef na transferência do cargo para Aldo Rebelo e os aplausos memoráveis de 30 segundos em pé por todos os presentes (inclusive por destaques de momentos inesquecíveis do Esporte, como o Capitão do Penta Cafu, a rainha do Basquete Hortência e o Rei do Futebol Pelé, entre outros) ao afirmar: ´-Eu sou inocente!’.
Até agora não existem provas a respeito das declarações infundadas por um criminoso. Simplesmente se calaram. Não se veicula na imprensa que o próprio Orlando Silva ofereceu a denúncia junto à justiça brasileira. Quantos iriam ter tal coragem e destreza de ficar a disposição na quebra de sigilo bancário e telefônico para tais averiguações? Orlando Silva Jr. não teme!
Assim sendo afirmo: Orlando Silva foi o melhor Ministro do Esporte que tivemos. Lutou sim com a insatisfação dos dirigentes e do imperialismo esportivo que assola o mundo. A geração de emprego e renda é uma realidade. Nos países em que houve mobilização a favor de um megaevento esportivo, a transformação foi evidente. No México, o Esporte vem tomando proporções inéditas na saúde e condição de vida da população, com duas Copas do Mundo e dois Jogos Pan-Americanos. Em Cuba, a democratização do esporte é uma realidade e a expectativa de vida ao nascer vem aumentando.

Ao contrário do que dizem: Orlando Silva não se aliou aos coronéis do esporte. Manteve-se áspero aos que quiseram nos subjugar a soberania nacional e a dignidade da pessoa humana. Aos mais desinformados, Orlando Silva investiu alto no esporte educacional, democratizando o acesso ao esporte no ambiente escolar de qualidade para milhares de crianças e adolescentes em áreas de elevada vulnerabilidade social. Aos que se destacaram nos programas federais educacionais, foi garantida a continuidade do benefício com a implantação de bolsas com renda mensal. Para tanto, não deixou de lado a construção de espaços esportivos de esporte e lazer. Orlando Silva garantiu o amplo acesso ao esporte e lazer de qualidade para crianças, adolescentes, adultos e idosos e pessoas com necessidades especiais. ISSO É ESPORTE PARA TODOS! Todos esses programas federais são modelos que outros países como a Angola e Moçambique vem copiando para sua mobilização nacional na (re)construção do Esporte.
A gestão de Orlando Silva vinha diminuindo os convênios junto às ONG´s a ponto de ser o único Ministério que vinha agindo com tal prática. Mostra maior disso, é o aumento de convênios firmados com o poder público (Estado/Município) e com ação descentralizada em parceria com o Ministério Público de cada Estado. Orlando Silva teve todo o apoio da presidenta Dilma, ao ponto de apurar todos os atos de denúncias oferecidas pela Ouvidoria do Ministério do Esporte de convênios irregulares, agindo de maneira sagaz com a Tomada de Contas Especial referente ao convênio denunciado. Independente de denúncias, os programas federais do Ministério do Esporte tem que apresentar prestações de contas parciais, cronograma de despesa e desembolso, além de relatórios trimestrais.

Eu pergunto aos senhores: Você já viu uma criança ou adolescente em uma aula de educação física do Programa Segundo Tempo? Aquele campo de futebol onde se traficava drogas, aquela praça escura tomada pela prostituição, aquele terreno onde se fazia abordagem de assaltantes, foram tomados por prática esportiva visando ao esporte educacional... Esporte como atrativo para se alcançar a Educação. O contraturno escolar nunca foi tão aguardado. Tal política social foi adotada em um programa federal do Ministério da Educação: O Programa Segundo Tempo no Mais Educação.


Como se diz no Esporte, chegou a hora de passar a bola, Orlando Silva. E a função de conduzir ao ataque coube ao também nordestino Aldo Rebelo. Pode ser que você, Orlando, receba a bola lá na frente para fazer o gol...